Empreendedorismo
Enzo Celulari sobre estilo de vida sustentável: “Deixei de consumir diversas marcas de moda e beleza”
Empresário diz que apoio à causa começou na infância com o exemplo dos pais, os atores Claudia Raia e Edson Celulari.
Enzo Celulari, de 24 anos, é uma das grandes vozes da atualidade para compromissos ambientais. O empresário usa seu alcance nas redes sociais para chamar atenção a questões como consumismo e cadeia produtiva das indústrias, o que influencia diretamente na sua decisão de fechar ou recusar parcerias. Além do trabalho de criador de conteúdo, Enzo é CEO do Instituto Dadivar. A missão do projeto é estimular o investimento social com iniciativas voltadas a educação e desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens, para o bem de todos.
A preocupação com os pequenos começou ainda na infância e foi ensinada por seus pais, Claudia Raia e Edson Celulari. O empresário carrega consigo ao longo dos anos seu “propósito” de promover conscientização social e ambiental, de forma que estimule o próximo a repensar seus hábitos.
A Quem, para o projeto Um Só Planeta, Enzo fala sobre o novo trabalho como porta-voz dos compromissos socioambientais da L’Occitane e os desafios de alinhar a causa sustentável à paixão por moda e manter os hábitos até mesmo fora de sua zona de conforto.
O que fez você se interessar por sustentabilidade?
Desde pequeno, digo que fui picado pelo bichinho do social, pela mosquinha da sustentabilidade. Tive isso sempre estimulado dentro de casa, pelo meu pai e pela minha mãe. Desde muito cedo passava tardes, às vezes o dia inteiro, com as crianças nas creches, além de semanalmente levar minha doação material de coisas que eu recebia, de presentes que ganhava, ou que eu não usava mais, ou que era demais para mim. Eu levava para essas crianças. Mas, mais importante do que isso, era o tempo que passava com elas, era essa troca, era viver uma realidade que era muito diferente da minha. E foi justamente aí que despertou a minha paixão pelo social, pela sustentabilidade, isso é algo que me toca profundamente.
E, mais para frente, não só trabalhando com isso, mas com a maturidade, eu entendi como muitas coisas estavam sendo feitas de forma errada. Como as indústrias contribuíam de forma tão negativa para o meio ambiente e utilizavam os recursos como se fossem ilimitados e eles, de fato, não são. Não só as indústrias, mas nós também. Como se sempre existisse um plano B para o planeta e realmente não existe.
Alguma pauta sustentável te chama mais atenção?
Acho que seria injusto dar maior importância a uma causa ou a outra. Acho que todas as causas têm sua devida importância. Não é à toa que cada uma delas existe, tanto as sociais quanto as ambientais. Mas se a gente for falar de causa ambiental, a que mais me toca, pessoalmente, é a redução do descarte de resíduos plásticos. O plástico é um grande inimigo do meio ambiente e está em grande parte daquilo que a gente consome, das embalagens, dos recipientes. Claro que já estão começando a fazer de forma diferente e criando soluções mais sustentáveis, mas ainda muito embrionário, e isso é péssimo para a vida marinha e para o meio ambiente, para a fauna e flora em geral.
Além de chamar atenção para a causa publicamente, de que forma você aplica o assunto no dia a dia?
Acho que qualquer aplicação de novos hábitos ou de uma consciência geral no dia a dia começa em doses homeopáticas. Pelos menos para mim, passar a entender de onde vem o que compro, criar o hábito de ler os rótulos, ler onde um produto é produzido, como chegou ali… de forma tão simples, você está comprando aquilo da prateleira do supermercado, mas é de um pequeno produtor? É produzido de forma sustentável? Os materiais utilizados são mais amigáveis ao meio ambiente? Começando a incluir esse tipo de consciência, esse novo hábito começa a fazer diferença. Não acredito no radicalismo, em mudar 100% da noite para o dia, porque é sobre reeducação. É assim que a gente começa um processo de mudança e de transformação de fato.