Cultura
Padre Rodrigo Rodrigues: “Ano Novo”
“Em cada verso, um pedaço de mim, em cada palavra, um sentimento sem fim. Há-Braços, o livro que desvenda os laços – Do inacabado que vive em meus passos. A quaresmal trouxe o desafio, 40 manhãs de pura poesia”.
Sem nenhuma manha, firme e persistente o Pe. Rodrigo Rodrigues se dedicou intensamente.
A Editora Palavra & Prece destacou, a experiência de beleza que o livro proporcionou. “Que a alma do leitor seja tomada por encanto, e que os pensamentos sejam envolvidos num manto. Cada verso carregado de ternura, palavras que trazem paz e doçura. Uma obra simplesmente maravilhosa, Que nos transporta para uma dimensão grandiosa”.
Então, mergulhe nessa poesia sem igual, adquira “Há-Braços” e deixe seu coração bailar, Pe. Rodrigo Rodrigues nos presenteia com sua arte, um convite para explorar o inacabado que vive em toda parte.
Para aguçar a vontade de adquirir a obra do Pe. Rodrigo Rodrigues, segue uma de suas belas poesias:
Ano novo
Ah… desalegria!
Ex-dona que me tocou roubar…
Roubaste-me de mim.
Desalegria…
Quanta desonestidade.
Chegou mansa, breve, quieta e sútil, mas cortou feito gilete amolada de barbearia…
Moça atrevida!
Sem noção!
tu não sabes que no baú do meu angu, só existe espaço par o riso?
Que santa desavergonhança…
Tome tento!
Se coloca no trilho, pois logo o relógio marcará o teu voo…
Sim… voo…
Voa desalegria.
Vai para bem longe do meu espetáculo…
Não existe ingresso para você.
O teu nome não está na lista.
Desalegria…
Arruma tuas malas.
É ano novo em meu coração!
Os fogos dos sorrisos brilham no céu da minha alma.
Parte… parte… vai!
Eu ordeno!
[…]
Ah… alegria…
Bela moça.
Seja mui bem-vinda, nesta terra que tem paçoca, frango caipira, polenta frita na brasa e creme de coentro…
Puxa a cadeira.
Sirva-se de uma bela fatia de bolo de fubá!
És preciosa para mim…
A cereja do meu bolo.
Ah… alegria!”
Acerca da obra de Pe. Rodrigo Rodrigues, o Pe. Joãozinho, SCJ disse: “O conceito das poesias é novo… moderno… temas candentes… nada parnasiano. O elemento religioso aparece discreto, nobre, quase literário. Não existe o elemento ideológico nem exageradamente temporal. Poemas assim são ternos e eternos. Gosto de neologismos como DESALEGRIA… HÁ-BRAÇOS…
Há uma continuidade de estilo com Cora Coralina, Adélia e João Cabral de Melo Neto. Isso mostra poema com contexto de corrente literária. Gostei. Segue o Poeta que te conduz…”
Também, a poeta e professora Rosidelma Pereira Fraga, Doutora e Pós-Doutora em Estudos Literários – UFG-UFRJ. Autora das obras Poesis em verso e prosa, e Cantares de Amor, da Editora Multifoco, classificou a obra de Pe. Rodrigo Rodrigues da seguinte maneira: “Uma vez que não há pedras no meio do caminho e ela sorriu nos versos do poeta, não resta dúvida de que a obra consagra a memória poética enraizada do cotidiano infantil e vai além da leveza e da lembrança da folga, a exemplo do poema Memórias, porque a maternidade nostálgica surge como uma prosa poética da prole em sua eternidade: A água era o resultado das lágrimas das mães que choram os filhos desaparecidos!” E acrescenta: “Concomitante a essas sagrados do eu-poemático da obra ‘Há-Braços’, o leitor vislumbrará a prosa autobiográfica, (somada no conjunto da obra) arquitetada por um largo estudo e aprendizado do autor com a vida e seu encontro com Deus, bem como um convívio com a humanidade, com a caridade e solidariedade. Imagens essas doravante se somam com a poesia libertária e libertadora”.